terça-feira, 3 de março de 2015

repetir as ruas 
como se os passos
riscassem o vidro dos dias 
e o mormaço sem mar
queimasse as retinas,
ferrugem da loja 
que virou ruína.
a cidade é um cisco
na memória 
tudo que traz 
é esqueleto já ido. 
sobrado, labirinto, 
beco sem saída. 
resta o pensamento, 
a construção no ar,
bola de capotão, 
o beijo dado na vilinha.
a fonseca da costa 
não volta, pastel de feira
cura angústia ? 
aí inventar um filme,
correr na escada-rolante 
do metrô, contar um, dois, 
três, respira só.

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