como se os passos
riscassem o vidro dos dias
e o mormaço sem mar
queimasse as retinas,
ferrugem da loja
que virou ruína.
a cidade é um cisco
na memória
tudo que traz
é esqueleto já ido.
sobrado, labirinto,
beco sem saída.
resta o pensamento,
a construção no ar,
bola de capotão,
o beijo dado na vilinha.
a fonseca da costa
não volta, pastel de feira
cura angústia ?
aí inventar um filme,
correr na escada-rolante
do metrô, contar um, dois,
três, respira só.
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