quinta-feira, 9 de abril de 2015

repetir as ruas 
como se os passos
riscassem o vidro dos dias 
e o mormaço sem mar
queimasse as retinas,
ferrugem da loja
que virou ruína.
a cidade é um cisco
na memória
tudo que traz
é esqueleto já ido.
sobrado, labirinto,
beco sem saída.
resta o pensamento,
a construção no ar,
bola de capotão,
o beijo na festinha de garagem
amigos na fonseca da costa
pastel de feira cura saudade ?
aí inventar um filme,
correr na escada-rolante
do metrô, contar um, dois,
três, respira só.